
“Embarquei no que seria a maior aventura da minha vida sem, na verdade, ter consciência de tal.
Voei de Lisboa para Doha e de Doha para Ho Chi Minh City, no Sul do Vietnam, sozinha e sem ideia do que me esperava. O objetivo desta viagem estava bem assente na minha mente: fazer a diferença; dar tudo de mim; ajudar. Foi exatamente isso que fiz, o que nunca teria sido possível sem a ajuda da ótima equipa que me acompanhou ao longo de todo o processo, bem como a que me recebeu na confusão de Saigon.
Assim que desembarquei nesta grande cidade, senti algo que apenas é realmente percebido quando experiênciado. Uma sensação de conforto no total desconforto, de paz no caos, de lar no longínquo. Ao longo das duas semanas durante as quais fui voluntária, afeiçoei-me ao sentimento de aceitação do desconhecido.






Tudo é diferente é diferente em Ho Chi Minh, as pessoas, os cheiros, os sabores, a luz, as casas, as tradições, as conversas. É exatamente isso que considero o ponto alto desta experiência, o choque cultural com que nos deparamos. É assim que crescemos.
Fiz parte de um programa único que me permitiu alcançar o meu objetivo de ajudar ao fazer voluntariado junto a crianças, no meu caso, de 3 anos. Passei com eles os meus dias completos. Cada refeição que lhes dei, cada muda de roupa que troquei, cada desenho que ajudei a pintar e cada musica que cantei fez me conhecer cada um deles talvez até melhor que a mim própria.
Ainda hoje sei que a Cherry precisa de estar distraída com autocolantes para comer alguma coisa, que a Sou nunca vai parar quieta durante a história antes do almoço ou que a Cà Rot irá impor o seu ponto de vista em qualquer ocasião para que tudo à sua volta seja justo.





Sinto falta de todos eles, sem exceção. Tenho saudades das brincadeiras no parque, das idas à piscina e das aulas de inglês. Tenho saudades de fazer as camas para a sesta, de lhes dar a mão para subir as escadas em direção à aula de piano e de colocar as pequenas mochilas nos seus ombros.
Apesar de ter embarcado sozinha, regressei com o coração e a mente cheios de novos amigos, novas experiências, novas memórias e novas perspectivas.
Não aprendi apenas com as crianças com as quais trabalhei, mas com todos aqueles que conheci, tanto educadoras, como coordenadores, como outros voluntários. Os seus testemunhos permitiram-me desenhar novos horizontes e no geral encarar a vida de outra forma.
Quando aterrei no aeroporto de Lisboa, já não era a mesma pessoa”.
Catarina Moleiro
Projeto Social com Crianças, Voluntariado Internacional no Vietname




VOLUNTARIADO NO VIETNAME
HAPPY GLOBAL PEOPLE
As experiências de quem já fez!


