Teresa na Islândia

“A Islândia foi uma experiência profissional, mas igualmente uma experiência espiritual.
Nela exerci o trabalho pelo qual me candidatei, mas adquirido disso, recebi muito mais do que esperava.

Viajei, conheci uma cultura nova, um país espelho da natureza, tive a oportunidade de conhecer pessoas de diferentes nacionalidades, assim como partilhar momentos e experiências com estas.

Esta experiência profissional na Islândia não permitiu só trabalhar num país diferente. Permitiu também desenvolver o meu inglês, a minha cultura geral, o meu espírito social, assim como me permitiu conhecer melhor nas diferentes situações.

O sol da meia noite, algo que nunca tinha experienciado, viver o dia sem noite.
As montanhas tanto cobertas de verdes e flores, como no panorama a seguir cobertas de vários tons de castanho onde a elegância dos cavalos estava sempre presente.
As estradas únicas e complicadas que faziam sentir-me uma pulga no meio de tanta natureza.
As mudanças de tempo, tanto estava sol, como ficava chuva.
A confiança das pessoas. Chaves dentro do carro, portas de casa abertas. Segurança e partilha de todo o que fosse necessário.

Na Islândia descobri mais um pedacinho de mim. Mais uma peça chave deste grande puzzle.
Na Islândia sentei-me, observei a montanha e escalei até ao topo, independentemente da falta de ar, das quedas ou das inconveniências. E que lindo que foi! Tudo valeu a pena. Enfrentei-me e decidi sorrir e abraçar de dentro pra fora.
Aceitei tudo com a maior das felicidades.
A Islândia deu-me a mão e indicou-me o caminho.

Quando fui para a Islândia só pedi uma experiência nova e um bom trabalho. E tudo foi multiplicado.
Viajei e vivi coisas lindas que não sei se mais alguma vez vou ter oportunidade de ver. Escalei montanhas e admirei panoramas surreais. Vi cascatas e arco íris em cada curva percorrida, tive o prazer de almoçar sentada num precipício a observar as baleias entretidas entre mergulhos e respirações. Caminhei e dancei em glaciares, vi focas quando só esperava ver uma praia, deliciei-me nas termas naturais perdidas nas montanhas e, acima de tudo, aventurei-me por caminhos desafiantes que me levaram à Loucura e à Gratidão.
A Islândia foi o meu retiro espiritual. Despediu-se de mim com uma aurora boreal no céu. Não há palavras para descrever.

Mas há uma coisa que a Islândia me ensinou e me marcou completamente.
Em todas as viagens encontrei sempre três coisas: uma igreja, uma cascata e um arco íris.
A igreja significa fé, significa acreditar mesmo naquilo que não vemos ou que não está lá.
A cascata significa o desejo de tudo aquilo que nos enfurece, que é complicado e que tem de ser descarregado com intensidade contra a superfície.
O arco íris é a nossa essência. São as cores da nossa alma e que só depende de nós qual a cor que queremos viver.
Takk fyrir!”

Teresa Fidalgo
Experiência Profissional Remunerada na Islândia